Segundo conta a tradição oral local, a Lira Franciscana teve ao longo de sua história, quatro formações diferentes, quatro gerações. Ao longo de quase 80 anos de sua existência (1913 até década de 90), houve momentos de pouca atividade, com dispersão dos participantes, que foram seguidos que a banda reascendia, geralmente com novos participantes daí a denominação “gerações. Não há dados específicos sobre as datas exatas em que estes episódios ocorreram. Sabe-se que a primeira formação é de 1913, ainda quando a banda se chamava Banda Santa Cecilia ou Banda Cecilia (padroeira dos Músicos). A história da banda está intimamente ligada a biografia do senhor João Caetano. Ele chegou a São Francisco do Glória vindo de Muriaé, no início do século XX, para se estabelecer como comerciante. O Sr. João havia sido educado por um padre, que lhe forneceu formação musical de alto nível. Ao chegar em São Francisco do Glória ele entrou em contato com os músicos locais, as sós Domingos Laviola e Virgílio Pedrosa com interesse de praticar seus conhecimentos, musicais e de consequência decidiram formar uma banda. O sr. João Caetano é considerado o formador da Banda, tendo sido o Primeiro Maestro. A primeira Apresentação da banda se deu na festa de Nossa Senhora de Aparecida,08/09/1913. Originalmente a banda era formada por pessoas humildes, trabalhadores que tinham em comum o amor pela música. A participação na banda, assim como a formação musical eram gratuitas. A banda era incentivada pelas pessoas de maior poder aquisitivo, através de doações de dinheiro. Havia interesse destas pessoas em incentivarem a vida cultural do município, centralizado na igreja e na escola, que promoviam os eventos. Quando houve a emancipação do município, em 1953, a banda, que havia parado com suas atividades desde o final da década anterior, reacendeu, sob influência do Padre Inácio Tito de Azevedo, chamada segunda geração. Nesse momento a banda passou a se chamar Lira Franciscana. O padre Inácio organizava eventos como quermesses e leiloes de animais (doados por fazendeiros) para arrecadar fundos para a banda, além de solicitar aos frequentadores da igreja que fizessem doações Ao longo da década de 70 as atividades da banda reduziram, em parte a idade avançada do sr. João Caetano. O Trabalho do sr. João, além de haver contribuído para enriquecer a vida cultural de São Francisco do Glória, proporcionou um oficio para os Ex-alunos, se seguiram na carreira musical. Muitos através da música foram admitidos no exército e na aeronáutica. Alguns foram trabalhar no Rio de janeiro e nos Estados Unidos. Muitos ainda se lembram de um de seus alunos que recebeu nota 10 de um júri composto por músicos num antigo programa de televisão comandado pelo apresentador Flávio Cavalcante. Porem em 1978 ao assumir a regência da banda sr. Elton Ricardo fez que o grupo, agora com novos integrantes na sua terceira geração ganhasse novo folego. Esta formação durou até meados dos anos 80. Houve tentativa, no início dos anos 90, de retomar novamente com a banda coma uma quarta geração, que tinha como diferencial participação de mulheres. A história desta sociedade Musical esta indiscutivelmente associada a história do município que ainda guarda, na lembrança, os bons momentos proporcionados pelo grupo. No período a segunda geração da banda, ela contava com 21 participantes, com idades de 15 a 70 anos. As apresentações aconteciam na Praça São Francisco de Assis e pela rua do distrito sede. Os ensaios eram 2 vezes por semana as quartas e sextas feiras, ora na Praça ora na prefeitura antiga das 19 às 22 horas. As questões relacionadas a teoria da música eram muito valorizadas pelos integrantes da banda, sendo necessários aproximadamente 7 anos de estudo para a formação de um musico. Parte dos instrumentos ainda existem e se encontram na casa do Sr. Vagner de Paula filho do Sr. João Caetano. Entre ela estão flautas (doce e transversal, clarinete, saxofones, (alto, tenor e barítono), trompete, trompa, trombone, tuba e percussão. Atualmente a Prefeitura de são Francisco do Glória, conta com um projeto “Viva a Música” que ensina e dá aulas de músicas crianças e adolescentes dos municípios, sendo assim sempre renovando os integrantes da Lira Franciscana, não deixando está história magnifica morrer.